
O presidente do Chade, Mahamat Idriss Deby, anunciou a suspensão da emissão de vistos para cidadãos dos Estados Unidos como resposta à decisão de Washington de proibir a entrada de chadianos em território norte-americano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira (4) uma ordem executiva impondo veto total à entrada de cidadãos de 12 países, incluindo Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Líbia, Somália e Sudão.
Entre os motivos citados estão a presença de organizações terroristas, falta de cooperação em segurança, alto índice de permanência irregular e a recusa de alguns governos em aceitar a deportação de seus nacionais.
Em comunicado breve publicado em uma rede social no dia seguinte ao anúncio de Trump, o líder do Chade afirmou ter “instruído o governo a agir de acordo com os princípios de reciprocidade e suspender a concessão de vistos a cidadãos dos Estados Unidos da América”.
“Chade não tem aviões a oferecer e nem bilhões de dólares a doar, mas o Chade tem sua dignidade e seu orgulho”, declarou Deby.
Entenda a medida de Trump:
As novas medidas da administração Trump, com previsão de entrada em vigor em 9 de junho, também atingem viajantes do Afeganistão, Mianmar, Haiti, Irã e Iêmen.
Cidadãos de Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela enfrentarão restrições parciais.
Estão previstas exceções para residentes permanentes legais nos EUA, cidadãos com dupla nacionalidade, diplomatas, atletas e seus familiares envolvidos em eventos esportivos de grande porte, além de pessoas com vistos de imigração por adoção ou vínculos familiares.
O porta-voz do governo da República do Congo, Thierry Moungalla, declarou que acredita que a inclusão do país, também conhecido como Congo-Brazzaville, na lista de restrições dos EUA se deve a um “mal-entendido”.
“O Congo não é um país terrorista, não abriga nenhum terrorista e não tem vocação terrorista. Por isso, achamos que se trata de um mal-entendido e acredito que, nas próximas horas, os serviços diplomáticos competentes do governo entrarão em contato com as autoridades estadunidenses”, disse Moungalla durante entrevista coletiva na capital, Brazzaville.
O embaixador da Somália nos EUA, Dahir Hassan Abdi, afirmou que Mogadíscio está disposto a dialogar para tratar das preocupações apresentadas. Serra Leoa, que está sujeita a restrições parciais, também teria manifestado intenção de cooperar com a Casa Branca.
Na América do Sul, o ministro da Venezuela e principal figura do chavismo após Nicolás Maduro, Diosdado Cabello, classificou o governo Trump como fascista:
“A verdade é que estar nos Estados Unidos é um grande risco para qualquer pessoa, não apenas para os venezuelanos […]. Eles perseguem nossos compatriotas, nosso povo, sem nenhuma razão“, afirmou o dirigente, considerado o número dois do governo venezuelano.
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